sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Ponto eletrônico: Mais um mecanismo de opressão ao trabalhador


Ponto eletrônico: Mais um mecanismo de opressão ao trabalhador

Fazia já alguns meses que precisava me manifestar neste assunto, mas só consegui agora. O assunto é o ponto eletrônico, algo que vêm afetando o cotidiano do meu local de trabalho e de outros diversos companheiros com certeza.

Primeiramente vale um resgate histórico, o ponto eletrônico é um mecanismo de supercontrole do trabalhador, surgiu na Revolução Industrial no século 19, período extremamente nebuloso aos trabalhadores, superjornadas de trabalho de até 18h por dia era a regra para boa parte dos trabalhadores e “bater o cartão” era o cotidiano para que os baixos salários ficassem mais baixos ainda.

Com o tempo este mecanismo de levar mais opressão ao trabalhador foi se modernizando, chegando aos dias atuais com os modernos relógios digitais. Uma das lutas históricas dos trabalhadores no mundo inteiro é a redução da jornada de trabalho, visto o pouco tempo que sobra por dia para o trabalhador de fato viver. Neste contexto, algumas conquistas já foram realizadas no mundo, entre elas a abolição do ponto eletrônico em alguns locais de trabalho, visto que muitos trabalhadores por que alguma vez chega um minuto atrasado tem descontos nos seus salários e ainda não conseguem dialogar com chefias sobre flexibilização do horário em algum acontecimento esporádico, como enchentes na cidade, transito, doença na família etc. Outra questão é a possibilidade no conflito capital x trabalho o trabalhador ter algum poder de negociação em relação a seu horário de trabalho. Esta conquista, não é para o trabalhador deixar simplesmente de trabalhar, até porque em uma sociedade capitalista, o trabalhador depende da venda da sua força de trabalho, a luta contra o ponto eletrônico engloba um arcabouço de lutas que visa o trabalhador ter algum ganho em sua qualidade de vida e reduzir sua exploração.

Com o ponto eletrônico as coisas ficam mais difíceis, o trabalhador tem que sair de sua casa mais cedo que o necessário para não correr nenhum risco de eventualidade no trajeto, chegar mais cedo no trabalho de forma desnecessária e pior aumentar seu nível de estresse ao sempre estar preocupado em não se atrasar, mesmo que o atraso não prejudique o trabalho.
Mas porque este assunto? Bom vivemos em tempos difíceis, os demagogos dizem por ai que as coisas estão melhorando, o consumo aumentou. Mas infelizmente sinto informar, a exploração do trabalho continua com força total, a grande maioria sai muito cedo de casa e chega muito tarde à mesma, não vê o sol nascer e muito menos se pôr, alias quando vê o sol. 

A jornada no Brasil mesmo com alguns acordos coletivos, ou conquistas isoladas de algumas categorias profissionais, oficialmente a lei brasileira coloca que a jornada é de 44h/semanais, sendo que no máximo alguns lugares por acordo, alguns ramos fazem 40h, na prática muitos trabalhadores são obrigados pelo patrão fazer mais que 44h. Ou seja, o trabalhador tem muito pouco acesso a sua própria vida, vive só para trabalhar.

Estes demagogos atualmente são representados pelas chamadas “Centrais Sindicais”, no caso diversas hoje no Brasil, sendo reconhecidamente no meio dos trabalhadores como Centrais Pelegas. Entre elas temos uma que um dia foi diferenciada e defendia os trabalhadores, mas devido diversos motivos que não vou aprofundar aqui, deixou de defender os trabalhadores e se amoldou ao capital, a central é a CUT – Central Única dos Trabalhadores, hoje muito mais uma “Central dos Empresários Brasileiros e Estrangeiros”.

A CUT hoje não tem mais autonomia e não segue a vontade se sua base, ao contrário cada vez mais aliena a mesma para que esta não se manifeste e se tornou uma correria de transmissão governamental/patronal. Uma das ordens do governo e que a CUT esta seguindo a risca é a campanha pela implantação do ponto eletrônico para todos os trabalhadores. Ou seja, a luta que vem desde o século 19, no qual sempre os trabalhadores lutaram contra, a CUT esta com toda força lutando a favor. Evidentemente não só a CUT, mas cabe aqui analisar este caso notório. Um dos argumentos destes “capitães do mato” do capitalismo é que o ponto eletrônico evita fraudes (ou seja, generalizam o caso de algum aproveitador para todos os trabalhadores, tratando todo trabalhador como um aproveitador) e que o ponto eletrônico garante hora extra. Segundo infelizmente o Jornal Brasil de Fato segunda semana da edição de outubro em um espaço que se denomina “espaço sindical”, onde claramente vemos uma propaganda da CUT e da CTB (Centra dos Trabalhadores do Brasil, outra com uma linha política pelega), ali descrevia o mesmo argumento da CUT, por exemplo, explanada em assembléias no local onde trabalho cujo sindicato é o” Sindsaúde-Sp”, sindicato filiado a CUT. 

Neste espaço do jornal diziam que o ponto eletrônico era importante para garantir horas – extras dos trabalhadores e que evitava fraudes, além de descaradamente falarem à inverdade que os patrões eram contra o ponto eletrônico, ou seja, uma grande farsa.

Bom, primeiramente o ponto eletrônico não garante a tal da hora – extra (lutamos tanto por aumentos salariais e redução de jornada e tem gente lutando pelo aumento de jornada), muitos patrões ameaçam trabalhadores como todos sabemos, e em locais que tem o ponto eletrônico sabem o que eles fazem? “olha meu filho eu não posso te pagar hora – extra, mas preciso de você além do seu horário, então bata o ponto e volte a trabalhar, caso não aceite eu terei que procurar outro que aceite”, bingooo! Tai à hora – extra. Sobre as fraudes, primeiro que existem chefias, RH, enfim, vários mecanismos que se pode evitar isso. A CUT, além de ser a favor do ponto eletrônico, ainda sugere o ponto que você coloca suas digitais, onde só você poderia bater o ponto. Marx já dizia em “O Capital” que com a exploração capitalista, o relógio se torna inimigo do trabalhador, as horas não passam e o trabalhador foge do trabalho.

Porque ser contra o ponto eletrônico? Primeiramente porque o trabalhador não precisa ficar ultra-estressado preocupado em não se atrasar nenhum um minuto, pode dialogar com a chefia se acontecer alguma eventualidade em sua vida, em algumas situações de caos na cidade, o trabalhador não precisa ser punido com o ponto eletrônico e neste dia o trabalhador não precisa ser descontado por um atraso que não é sua culpa, e principalmente o trabalhador não perde o poder de negociar no conflito capital x trabalho. E os aproveitadores? Como eu já disse uma boa política de RH evita um problema sério, mas vamos colocar os eixos nos seus lugares, o aproveitador não é o trabalhador, mas sim o patrão, é este que explora o trabalhador, paga pouco, exige uma carga horária estafante e retira na maioria das vezes o direito do trabalhador de viver sua vida.

Apesar da CUT e outros dizerem que o patrão é contra o ponto eletrônico (mais uma demagogia), na prática o patrão é extremamente favor deste mecanismo de opressão, até porque foi à classe social que ele pertence foi a que criou este mecanismo, aliás, os patrões estão comemorando por ter sindicalistas que fazem isto por eles.

Para nós trabalhadores, hoje com “lobos em pele de cordeiro perto de nós” nos resta resistir, não lutar contra o ponto eletrônico significa abrir mais uma porta para que nos explorem mais ainda, ficaremos mais doentes, com o aumento do estresse, por exemplo, e teremos nossos baixos salários descontados e ainda mais reduzidos. Perderemos o poder de negociação, as chefias dirão que nada pode fazer porque o ponto eletrônico é algo que vem do RH e não tem nada a fazer. Para CUT, só nos resta declarar guerra a esta Central que se tornou pelega e hoje atende aos interesses dos patrões que rasgam elogios para tais “sindicalistas”. Em tempos difíceis, não podemos baixar a guarda, chega de colher derrotas apenas.

Everton Souza

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Imperialismo ataca a Líbia

Neste terceiro texto do Blog, eu não poderia deixar passar um assunto importante da atualidade, a Líbia. Primeiramente vamos para uma breve ótica geral, para entendermos um pouco este país. 

Este país, teve sua formação consolidada com a primeira grande invasão, a dos árabes. O "Império Mulçumano" teve grande expansão já antes do primeiro milênio d.c e um dos locais onde mais conseguiu penetrar, politico, militar e culturalmente foi a região onde hoje denominamos norte da África. Lá a vertente que aquele povo mais aderiu é o islamismo sunita, inclusive um dos mais conhecidos líbios, Muhamar Kadafi. 

Este região teve outra grande invasão, no século XIX, no neocolonialismo europeu, tendo domínio inicial a Inglaterra e postuamente a Itália. Porém na década de 1950 a Líbia conquistou a independência, mantendo um acordo que mantinha o país dependente das grandes potências, tendo como regime uma Monarquia oficialmente constitucional(modelo inglês), mas na prática absolutista a moda antiga, chefiada pelo rei Idris. Porém no bojo da ideologia de libertação nacional, na década de 1970 um jovem militar chamado Muhamar Kadafi com apoio de diversas tribos(estas são a chave pra governar aquele país) promove um "golpe de Estado" e derruba a monarquia absolutista do Rei Idris, instalando um regime republicano, tendo inicialmente um caráter progressista e próximo ao bloco dos chamados países não alinhados. Diversas reformas democráticas e timidamente populares foram realizadas, o que elevou o padrão de vida daquela população e deu sustentação e legitimidade a Muhamar Kadafi e deixou as potências imperialistas extremamente insatisfeitas.

Estas potências não só começaram a atacar politicamente a Líbia, como ameaçavam atacar a Líbia militarmente, o que levou a Líbia a se aproximar ao bloco dos países socialistas e apoiar a ideologia Pan - Arabista, divulgada pioneiramente pelo egipicio Abu Al Nasser. Porém Kadafi em certo momento se afasta desta ideologia e se aproxima de certos grupos radicais islâmicos e começa financiar grupos tidos como terroristas, o que faz ele perder apoio da opinião pública internacional e ser criticado por setores que compunham o bloco de países socialistas.

Com a queda em cadeia da maioria dos países socialistas, principalmente pós 1989, com a derrocada da União Soviética, Kadafi realinha a Líbia, com países terceiro mundistas, islâmicos, pan árabes/africanos e tenta conversar novamente com as potencias imperialistas, saliento que a ordem de alinhamento não era linear, advinha das necessidades conjunturais internas e externas, sempre se aproximando com um e se afastando de outro. 

Internamente a Líbia, antes progressista e moderadamente popular, sofria os impactos do neoliberalismo no mundo, o que levou Kadafi a fazer acordos com alguns países imperialistas, notadamente Inglaterra e Itália, antigas Metrópoles economicas e politicas. Kadafi para manter apoio popular se reaproxima de setores islâmicos e pan - árabes(nacionalismo árabe), introduz no país um discurso populista, divulgado fatores culturais primários do seu país mundo a fora, o que mantêm por mais anos estável no poder, sendo que a classe trabalhadora daquele país empobrecia a cada ano. Kadafi consolida o dialogo com os países imperialistas, adquirindo acordos comerciais não para Líbia, mas muitos para a família Kadafi, notadamente com  primeiros ministros Berluscoine(Itália) e Toni Blair(Inglaterra). Contradições a parte, no zig - zag politico de sempre, Kadafi dialoga com países não alinhados, como Bolívia, Cuba, Nicarágua e notadamente Venezuela. Contradições estas explicadas pela conjuntura, pelos limites ideológicos de Kadafi que hora avança  e hora recua. Kadafi se afasta mais dos islâmicos radicais pós 11 de setembro, certamente analisando que os ataques dos EUA e seus aliados imperialistas poderiam porque não pipocar na Líbia, pois uma coisa é certa, mesmo com o dialogo de Kadafi, com seus recuos e afastamento dos setores populares de seus países, os alinhamentos com países tidos anti - imperialistas historicamente em seu governo, sempre fez das potências imperialista olharem Kadafi com grande desconfiança, aliás, nunca como um aliado preferêncial. 

Mas um certo revolucionário, que todos conhecemos como Che Guevara, nos ensinou que "não se pode confiar no imperialismo nem um pouquinho...nada", ensinamento este que Kadafi não aprendeu tão bem, e sua aproximação com países imperialistas, excessivas concessões e aburguesamento extremo do seu governo, fez deste presa fácil das potências imperialistas, na primeira oportunidade que tivessem, estas atacariam Kadafi, para tristeza e alegria das potências, esta chance não veio no bojo da insanidade anti - terrorista pregada pela doutrina Bush, visto as concessões cedidas por Kadafi, mas sim no bojo da chamada "Primavera árabe". Esta primavera, teve inicio com um insurreição popular na Tunísia, que derrubou uma ditadura de mais de 23 anos, se espalhou para o Egipto e a população tomou a praça Tahir e derrubou o ditador Mubarak, os "espirros" desta longa primavera ainda são sentidos fortemente na Siría, Iêmin e Barhein. De forma mais tímida na Jordânia, ameaçando as fronteiras da isolada Israel. Porém onde esta a Líbia nesta História? O povo líbio ainda esta muito apático ao processo, o populismo exagero de Kadafi e a recessão enconomica do pais, que é levada na "corda bamba" sem entrar na bancarrota, faz do acumulo de forças internos ainda estarem amadurecendo para um insurreição popular de fato. Mas ué, então porque a crise na Líbia, não tínhamos ouvido que lá tem rebeldes. Lembrem - se, falei logo no começo do texto sobre as tribos, que no atual estágio do capitalismo, podem ser analisadas em suas direções hegemonicas, guardadas as devidas proporções como frações burguesas dentro da Líbia. É ai que as potencias imperialistas oportunas entram, para dividir a coalisão destas tribos conseguida por Kadafi, as mesmas colocam setores opositores apaziguados historicamente por Kadafi em luta armada contra o regime do mesmo. 

No geral, o que temos de informações advém da imprensa burguesa, que pintam a crise na Líbia como uma insurreição popular que irá derrubar  o tirano Muhamar Kadafi e consolidar a democracia na Líbia. Um mundo muito lindo pintam, mas o mundo real não é bem assim; na verdade a maioria do povo líbio está sob um fogo cruzado, os chamados rebeldes lutam e são armados pelos países imperialistas que estão sob a capa da OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte, que entrou com tudo na guerra civil, principalmente apoiando os opositores de Kadafi não só com armas, mas com bombardeios diários na Líbia, atingindo todos que as bombas podem matar. Porém, algumas forças não só são leais a Kadafi, como ao que parece algumas tribos ainda apoiam Kadafi no poder e olham a bandeira da antiga monarquia do rei Idris empunhada pelos opositores a possível volta ao passado e ainda mantém forte Kadafi no país, principalmente em sua figura histórica e paternal. Neste contexto, muitos dizem, que posição tomar? Antes disso poderíamos perguntar, que analise fazemos do processo?

Primeiramente é importante alertar alguns priminhos da esquerda brasileira, que é essencial sabermos que estes Rebeldes não são rebeldes coisa nenhuma, mas sim opositores proto - imperialistas que tem ajuda da Otan, outra coisa é sabermos que não existe insurreição popular no país, mas sim um grupo politico contra outro, e o essencial, insurreição popular é diferente de invasão descarada de países imperialistas. Ou seja, antes de mais nada é necessário aos que se intitulam de esquerda, serem radicalmente contra a invasão da Líbia pelas forças imperialistas, que querem saquear as riquezas da Líbia, principalmente o petróleo. Isso é um ponto, mas como lhe dar com a questão que deixa muitos priminhos em crise que se chama Muhamar Kadafi. Primeiramente esta crise esta descabando para posições criticas e conservadoras, alguns setores que se intitulam o "coelho da cartola da esquerda", afirmam que o povo líbio esta fazendo uma revolução(na verdade esta fugindo para países vizinhos, como Argélia, Tunísia e Níger), o mais estranho é entender que revolução é esta, sendo a Otan a vanguarda. Outro fato é que a resistência de Kadafi e suas forças ainda são fortes, mas cada vez mais este grupo politico é derrotado, mas ao que parece não em definitivo, visto que os "rebeldes" ainda não contam com base popular mínima sequer. Ou seja, em qualquer processo, a classe trabalhadora deveria ser protagonista, situação que ainda não acontece na Líbia, visto que os "rebeldes" jamais vão admitir que tal processo aconteça. Resolver tal crise não é fácil, o certo é que gritemos Fora Imperialismo da Líbia! fazer isso por si só já é um critica a Kadafi, visto que ele vinha promovendo concessões a países imperialistas, logo, os que se dizem de esquerda, não fazem campanha para Kadafi, pois chamamos a classe trabalhadora para ser protagonista do processo, mas querendo ou não, hoje esta classe tem um inimigo muito maior que Kadafi, que é o Imperialismo, e termos clareza que na Líbia o que acontece é uma invasão principalmente dos países do centro da Europa, é ter clareza quem de fato é inimigo da Líbia, e que não o limitado Kadafi pode de fato enfrentar tal inimigo, mas sim a classe trabalhadora e sua vanguarda organizada, se isto não for claro, acabamos por fazer campanha pró - imperialismo, comemorada por aqueles que levantam a bandeira nefasta do arcaico e falecido rei Idris.

Everton Souza
Ousar Lutar, Ousar vencer !



segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Assim o PCB expurgou sua militância combativa

Senti já faz um tempo, a necessidade de escrever sobre este incomodo assunto, não tive saco por um tempo, mas hoje, vendo o tempo histórico passar, senti a necessidade. Diferente de muita gente, comecei militar quase de forma autodidata, sempre tive inquietações, mas com contatos com alguns dito marxistas(professores do ensino médio e cursos profissionalizantes), comecei a me inserir de forma espontânea nas lutas(indo em tudo que é ato público). O que eu mais via, era militantes do PT, era disparado o partido que agregava mais massa, com o tempo começou o divisionismo, principalmente pós 2002. Neste tempo, não sei porque, mas sempre não gostei de me identificar como petista, quando me chamavam assim, eu dizia, "eu sou comunista e nestas eleições vou votar no PT" (certamente vendo indentificação com esquerda e socialismo), com o tempo percebi que eleição não é o final da luta de classes, e em muitos casos, na maioria, amolda as organizações no sistema burguês, ou seja, como dizia Lênin em "O que fazer", tem que combinar a luta legal com a ilegal, não podemos ser esquerdistas infantis, mas o cuidado com o sistema burguês, é mais que necessário. Com o tempo, eu de tanto estudar história por conta mesmo, fiquei simpático ao PCB, isso já faz um tempo também, aliás, com o tempo eu fiquei critico ao PCB, mas mesmo assim, respeitava esta organização.
Foi neste meio tempo, que resolvi me aproximar do PCB, comecei a ler alguns documentos, posicionamentos públicos, sempre com um pé atrás, porque apesar de ter respeitado esta organização, eu sabia bem o que fizeram pós - 64, os vacilos no Golpe Militar, a excessiva aproximação do MDB na década de 70 e a capitulação na década de 80. Mas o que me levou a militar no PCB, foi as contruções nos documentos de 2003 pra frente, principalmente os documentos construídos pós - 2005, posicionamentos interessantes em eleições e chamados pra lutas além de eleições (sinceramente me enoja partidos que fazem de sua militância, não a luta pela revolução, mas sim uma eterna luta eleitoral), bom, enfim, entrei no PCB em 2008, mas pode-se dizer que no ambitô da militância, alavanquei mesmo foi em 2009.
Neste tempo, fiquei um tempão construindo o Movimento Estudantil(eu já construia antes do PCB), no caso, atuando mais pela base, no curso que fiz, que foi serviço social. Neste tempo, ajudei a levar o PCB ao movimento de massa, porque partido que não quer crescer na massa de trabalhadores, é porque é um partido burguês de forma bem reta mesmo, é isso que eu penso. Conheci camaradas com esta visão, de militar pela base e não com o cupulismo oportunista, camaradas do movimento sindical, que acordam de madrugada pra fazer piquetes em defesa dos trabalhadores, travando não uma luta por eles, mas sim com eles, e isso faz toda diferença. Conheci um movimento estudantil, combativo e coerente, que com o tempo foi ganhando o respeito por onde atuava(algumas figuras da UJC de São Paulo). Em outras áreas, o PCB ainda carecia de militantes, verdade que com o tempo iria expandir mais a militância, como eu vi começar a expandir, por exemplo, inicialmente no movimento HIP - HOP de São Paulo, na minha opinião, peça chave pra fazer o movimento crescer em periferias mais distantes.

Bom, neste meio tempo, houve 2 congressos que participei do debate, um foi o estadual, que atuei com grande fervor, lutando contra o dogmatismo, mas não recuando e negando a luta histórica dos comunistas, aliás, infelizmente tive que ter o desprazer de combater o culto a personalidade a Stálin, que alguns militantes insistem promover, não vou me aprofundar neste debate, deixo bem claro que não sou trotskista, mas isso não me faz um devoto de São Stálin, como alguns fazem. Bom, houve um Congresso Nacional, no Rio de Janeiro, neste não fui, sei que aconteceu coisas desagradáveis, como lista fechada para as eleições do Comitê Central - CC, carteiradas de todo tipo, principalmente do estrelinha do secretário geral, Ivan Pinheiro, e exclusão de camaradas combativos do CC.

Mas enfim a vida seguiu, o caderno final de resoluções ficou pronto, passei o olho, tinha algumas pautas recuadas, algumas confusas, uma certa confusão com anti-imperialismo, com anti-capitalismo, e um esvaziamento do aprofundamento do debate da transição socialista. Mas mesmo assim a vida seguiu, os trabalhos estavam sendo positivos, em São Paulo por exemplo, a direção estadual tinha se renovado bastante, e de forma combativa, o partido crescia, as tarefas cresciam também, e nossas pernas já estavam curtas pro tanto de demanda e respeito que os movimentos sociais compartilhavam conosco. De MST, até o HIP - HOP os chamados ao PCB eram vários, e isso era muito bom, porque mostrava um acerto nos trabalhos, evidentemente que a falta de pernas começava a pesar, tendo que as vezes não conseguirmos estar em alguns espaços e até uma carência de sistematizar mais os trabalhos, tudo isso, eu entendo que iria se resolver, visto a fila grande de militantes combativos que se interessavam a dialogar com o PCB.
A vida segue, eu me formei, visto que sou trabalhador desde a minha adolescência, não vou dizer que comecei a trabalhar, mas sim a atuar na profissão que me formei, e as lutas começaram a ser outras, de UJC(União da Juventude Comunista), fui atuar na INETRSINDICAL, pelo mediação Unidade Classista, grupo alimentado pelo PCB, aliás, infelizmente hoje temos 2 INTERSINDICAIS, devido vacilos dos companheiros do PSOL, de quererem construir apenas uma central sindical(entre várias já), enfim, não vou me aprofundar hoje neste debate, mas com certeza este BLOG vai a médio prazo fazer esta reflexão.
Depois de um 2010 conturbado, ano de eleições, a esquerda combativa mostrando sua fragilidade, não em juntar siglas simplesmente, como alguns visam, mas sim ir além das eleições em uma verdadeira unidade de ação. Na virada de 2010 pra 2011, eis a bomba que vem internamente ao PCB: O CC iria intervir na direção de São Paulo, realocar pessoas(destitui-las), alegando falta de trabalho e organização na nossa militância. Ridículo tais argumentos, pecaram demais com os mesmos, trabalho era a coisa que menos faltava na organização, chegava a soar com desrespeito com a militância.

Bom, neste período as células(um partido de comunistas se organiza em células, não em tendências como alguns insistem), começaram a debater a questão, e a célula que fazia parte, a dos servidores públicos, colocou em xeque a intervenção, entendemos total incoerência na mesma, e um golpismo explicito nela. A partir dai começamos a luta interna. Exigimos em primeiro lugar que o CC se colocasse do porque de tudo aquilo, e a Comissão Politica (CP) do CC, nos respondeu a grosso modo, não me lembro as palavras certinho, mas disse que não iam admitir falta de disciplina. Foi engraçado até, online o poderoso PCB respondendo a militância, e não olho no olho. Neste período, o PCB promoveu um grande equivoco, que só quem é ingênuo não viu, que foi lançar ao público um comunicado interno, pra varias listas de email, afastando e investigando, um desafetos da CP/CC, que era o camarada Magrão, combativo militante do movimento sindical e critico a falta de esforços maiores do PCB se inserir no movimento de massa de fato e critico coerente do academicismo da CP/CC. Muita gente se revoltou, soubemos de outras células, seja elas inteiras ou parte delas, protestando, uma foi a célula que eu fazia parte, que respondeu a carta de forma radical, o que gerou mais divisão dentro do partido, e pela nossa falta de disciplina, segundo os maestros da intervenção, fomos ameaçados veemente, no qual os Sábios do Sião, desde já alertaram que a nossa resposta não iam deixar barato. Novamente, respeitamos a organização interna, apesar do desrespeito já ter acontecido por parte dos interventores, e fizemos uma carta diretamente ao CC, mandamos não só por email, mas também com carta registrada, endereçando ao CC e a CP, no Rio de Janeiro. Bingo, cagaram e andaram pra carta e até hoje não responderam. Exigimos então uma reunião com algum interventor, pra debatermos a questão, e até marcaram reunião, e bingooo, o canalha do interventor não apareceu e um verme que se infiltrará em nossa célula(a mando dos interventores), também não veio, o primeiro alegou que não avisamos (sendo que o próprio PCB fez uma agenda, que constava nossa reunião) e  o segundo, alegou transito, com voz de sono no telefone.

Bom, visto a conjuntura, resolvemos paralisar nossos trabalhos partidários até que se resolvesse a questão, e por conta, visto a canalhice dos interventores, procuramos outras células pra discutir a questão, visto que a luta interna foi negada pelo covarde CC, CP e interventores. A maioria dos membros das células estavam indignados também com a questão, poucos ficaram com os interventores(aliás, alguns ficaram pela ilusão de fazer a luta interna eterna, e outros por pura canalhice mesmo, com interesses pessoais na legenda).

Tentamos então junto a camaradas da direção que estavam destituídos e perseguidos, dialogar a questão, e estes se propuserem junto ao CC a levar nossas exigências e propostas, bingoooo cagaram e andaram pra questão, mostrando claramente que as coisas estavam decididas, e nada iria mudar, até alegaram que iam chamar uma conferência estadual no partido, mas bingooo, só quando as condições politicas estivessem maduras (vão ser canalhas em outro planeta), ou seja, fugiram da luta interna todo momento, as saídas sempre foram administrativas e procurando não fazer pessoalmente.
Bom neste meio tempo, o camaradas Magrão foi expulso, em um processo totalmente falso, alegando mentiras explicitas, uma delas, me deixou muito chateado, pois uma ex-amiga me disse que estava sendo perseguida no seu trabalho, sem dizer quem, e exatamente o que ela disse pra min esta certa vez, saiu na expulsão do camarada, algo baixo, porque o camarada Magrão sinceramente não tinha ligação nenhuma de perto com esta pessoa pra fazer algo pra ela, e eticamente sabemos que ele não ia fazer isso, até porque iria se queimar com todos se fizesse, aliás, esta ex-amiga, até hoje não provou nada sobre a questão. Bom, deram iniciou a higienização do partido, expulsaram o primeiro proletário, seria questão de tempo expulsar todos, aliás, 2 novos processos surgiram, um contra um membro histórico do CC, aliás da lendária família de comunistas, o camarada Igor Grabóis e outro com o combativo militante sindical, Renato Nucci, aliás, este último era referência do movimento em Campinas pelo partido, até hoje, não mais pelo PCB, mas ainda muito respeito pelos movimentos sociais da região. A caça as bruxas tinha começado de fato, e neste contexto, de direção de fato, com um novo mecanismo administrativo que os interventores e o CC lançaram, foi destituída. Visto toda questão, e a negação da luta politica no processo, de forma interna, e que estavam paralisados nos nossos trabalhos, e começara era perder tempo dentro do partido, resolvemos contatar interessados em discutir a questão, independente do CC, CP, interventores, pra saber o que faríamos. A grande maioria quis sair do partido, já estavam de saco cheio de mentiras e covardias, neste processo a grande maioria, não só dos que conversaram, mas também do PCB no Estado de São Paulo (hoje um partido de moinhos de ventos), resolveu em uma carta coletiva sair do PCB, uma parte desde pessoal ainda resolveu cada um fazer sua carta de saída, de reflexão, mas saíram também.
Eu fui um deles que saiu, com muita tristeza sai, era um partido do tipo que poderia ser raro, um partido comunista, como disse Marx em 1848, no Manifesto do Partido Comunista; eu sai, como todos, sem se identificar com as outras organizações existentes no país, não por arrogância, mas sim porque já estávamos organizados antes e seria incorência simplesmente ir pra outra organização. Saímos, e ainda temos aliados solidários conosco. Parte da esquerda é verdade, que resolveu cuidar de seu feudo, e cago e ando pra questão.

Muitos podem dizer, ó porque não ficaram e fizeram a luta interna, vocês poderiam ganhar, olha sinceramente, acho difícil esta tese, primeiro porque as portas da luta interna foram de forma anti-democráticas fechadas, e segundo que o CC tem tudo que é documental e admisnistravo pra ficar com a legenda, hoje eleitoral - academica, nada mais que isso, que se chama PCB. Ou seja, o poder do administrativo era mais eficiente que a politica, e este seria vencedor, por bem ou por mal.
Muitos saíram dizendo, principalmente de outras organizações, aliás, frente de organizações(os chamados partidos de tendência, que na verdade não são partidos, são frentes de organizações, cada tendência é um partido diferente em eterna luta entre si), que o centralismo democrático era o problema, era autoritário, não deixa acontecer democracia interna; bom o que houve no PCB foi tudo, menos centralismo democrático, porque se tivesse as coisas já estariam resolvidas, mas como já disse tudo menos politico aconteceu neste período.
Neste meio tempo, o camarada Igor Grabóis foi expulso também, o PCB lançou uma carta cheia de rancor e amarguras, caluniando nós que saímos do PCB, chamando a gente de lixo da história( e ainda querem dizer que são comunistas e pró - trabalhadores, com tanta arrogância), enfim, tenho um dossiê completo da questão, quem quiser me solicite que envio e tire suas própria conclusões.
Atualmente, ainda acredito na luta, na resistência, na revolução e no socialismo em transição ao comunismo, e acho mesmo em um período e conjuntura de sonolência da classe trabalhadora que vivemos, se organizar pra luta é ordem do dia. Acredito em uma organização do tipo comunista, que não se fragmente em multiplás tendências e que tenha uma miníma centralidade nas ações. Vários destes bravos camaradas, que como eu, saiu de forma chateada do PCB, até pela falta de opções de organizações comunistas no Brasil, o que mais temos é organizações em minha opinião de um socialismo abstrato, pouco referenciado, dicotomizando questões, como socialismo e democracia, liberdade e socialismo, socialismo e direitos humanos, enfim, um debate anti-bolchevique. Ah, mas você é esquerdista infantil podem dizer, olha, o esquerdista infantil, ele não dialoga com ninguém há não ser com seu pequeno grupo, não participa de nada, porque nada é digno a ele, e tende a um isolamento, vejo nestes camaradas que saíram e em min, que estamos em diversos espaços, na pratica mesmo, e conversamos com diversas organizações que se reivindicam de  esquerda, porque mesmo em organizações contraditórias, mesmo no PCB(neste caso, explicitamente minoria), tem camaradas de luta, que estão nas barricadas sem amolecer nenhum momento, as criticas que fiz, não são do tipo fundamentalistas, mas sim de quem cansou de viver de promessas e ter que fazer malabarismo todo mês pra viver neste sistema que degrada o seres vivos em geral, chamado capitalismo.

Gostaria de aproveitar aqui de expressar que ficamos um pouco chateados com José Paulo Netto, professor inclusive da profissão que atuo, ele sabe de tudo, entregamos documentos pra ele analisar e no dia que era pra ele dar a resposta do que achou, mostrar sua posição, marcou hora e tudo com a gente, fez de conta que esqueceu e foi embora, atitude muito indigna esta, mas ele não elaborou intervenção nenhuma, deixo claro, não foi ele o culpado das coisas. Já o Sr. Mauro Iasi, professor também e membro da CP/CC, sabia de tudo, ajudou orquestrar a intervenção e se não ajudou(como ele alega), lembro a ele que omissão também é crime, com este não tem perdão, ajudou sim a expurgar a militância combativa de São Paulo

Aos que virão, como diz o poema de Thiago de Melo, ou aos que lutam sempre, como diz Bertold Brech, saibam que continuaremos a nos organizar, não temos nome ainda, nem um programa construido, o que temos são pessoas se reagrupando, voltando a fazer contatos, não só em São Paulo, mas em várias partes do Brasil(uma organização revolucionária, não deve cair em bairrismos e deve abarcar todo o país), e voltando mais do que nunca a intervir de forma organizada em diversas lutas, até jornal voltamos a se animar a fazer(coisa que o PCB nunca deu abertura, sempre veio um tal de Imprensa Popular, já pronto, não dando espaço pra militância se expressar, aliás contrariando o camarada Lenin, que sempre dizia que cada militante, trabalhador, por mais humilde que seja, é um correspondente em potencial do jornal revolucionário), enfim, estamos nos reagrupando, e aqueles que lutam e acreditam no sonho realizável, a luta é o caminho e nos encontraremos nela.

Ousar Lutar, Ousar Vencer

Everton Souza
Ex militante do PCB



terça-feira, 30 de agosto de 2011

Ops, "Solucionática" rsrsrs.

Saudações aos camaradas verdadeiramente de luta

Olá camaradas, volto a criar um BLOG, meu último foi em 2008, com o mesmo nome deste, a necessidade de escrever, se expressar e dialogar com camaradas, fez eu criar esta ferramenta, lembro que a Internet não substitui a luta revolucionária na rua, corpo a corpo, junto aos trabalhadores, Internet é ferramenta, mas não faz revolução !
Bom, estamos em um momento de crise economica mundial, "esquerdas" oportunistas atraindo a classe trabalhadora para falsas soluções e ao fundo do poço, sociais-democratas caluniando o legado da luta dos comunistas no Brasil e no mundo, além de atacarem o centralismo-democrático e o legado do camarada Lênin e outros camaradas de luta. Temos ainda, o resto de uma esquerda dogmática, que se fraciona a cada dia, defende no molde autoritarista um centralismo anti-democrático, em nome de um suposto Leninismo, cometem barbaris com o legado marxista, como mandonismo de direção, meritocracia para assumir tarefas de direção e pior um ultra-academiscismo distante da classe trabalhadora, ou como diria o velho Marx, a classe operária, os proletários.

A burguesia neste quadro age apesar de ter passado os anos, de forma semelhante. Aliança fraterna com a pequena-burguesia, age com violência contra a classe trabalhadora, quando o capital precisa se reestruturar e criar novos mecanismos de dominação, a burguesia acende o sinal de alerta, parte pra cima, promove guerras e saqueios imperialistas, principalmente nas periferias capitalistas, olha para a esquerda combativa para combate-lá, mesmo que esta não represente uma real ameaça em tempos de refluxo do movimento dos trabalhadores.

Atualmente estamos engessados no Brasil, uma esquerda que mal se olha na cara, cada um cuidando do seu feudo, querendo montar a sua "sulocionática" ao movimento dos trabalhadores, cada um com sua central sindical, se estapiando pela direção, sem de fato ter a direção que mais importaria que é a dos trabalhadores. Isso acontece em outros movimentos também.

Temos um governo populista-conservador, tendo como base principal a ideologia pequeno-burguesa para ganhar os trabalhadores, fazendo um discurso pró-consumismo, créditos fáceis, pró-"classe média" , é como eu costumo dizer, os Mencheviques tomaram a direção e estão conduzindo a luta de classes, colocando rédeas na classe trabalhadora.
Temos como desafio nesta conjuntura, assumir a vergonha na cara de não negarmos o legado revolucionário de nossos camaradas no século XX, sabendo evidentemente sermos críticos aos processos, andando pra frente, caminharmos pelo menos no ambitô da Unidade de Ação, para quem sabe um dia termos uma Frente Única Revolucioária no Brasil, para a batalha final contra a burguesia e seus aliados, até lá devemos construir as mediações necessárias na luta cotidiana, é hora de não vacilarmos com o ideologismo pequeno-burguês e ocupar todos espaços possíveis de luta, promovendo a contra-hegemonia necessária.

A luta dos comunistas hoje, não é uma luta contra o capitalismo simplesmente, pela tomada do poder dos trabalhadores, a luta dos comunistas hoje é o que vai decidir o futuro e a existência da humanidade.

Ousar Lutar, Ousar Vencer
Everton Souza