quinta-feira, 23 de junho de 2016

Golpe Ajato ataca novamente



Operação Golpe Ajato ataca novamente, de novo com seletividade. PMDB, PSDB, PP e DEM todos com denuncias, suavizadas pelos meios de (des)comunicações. Romero Jucá, Aécio Neves, Eduardo Cunha, Renan Calheiros e o próprio Michel Temer tem denúncias mais de uma vez que apareceram na Operação Golpe Ajato, mas nem um dedo foi movido contra eles, Cunha para setores que apoiam o golpe até ídolo é. 
Esclareço aos setores sectários que de forma comoda acham que estão acima da crise brasileira e estão imobilizados pelo sectarismo, que eu não sou e nem concordo com a política de conciliação de classes do PT e seus aliados. Mas sempre divergi na luta política, propondo a superação do projeto de conciliação de classes, superar as práticas burocráticas e distantes da base, superar com um trabalho a longo prazo, sem imediatismo. Batalha de ideias não tem nada haver com a Polícia Federal, com o Ministério Público, com o Poder Judiciário, com a Rede Globo e outros. Manter a crítica a conciliação de classes e não baixar a guarda na base contra esta estratégia, não me faz ser um sectário que vive no mundo da lua. Há sim uma escalada golpista e fortemente conspiratória e articulada no país, há sim uma escalada conservadora a direita da própria conciliação de classes do PT e aliados, ou seja, não podemos nos calar com esta "Semi-Ditadura" que se ergue no país. Porque só invadiram a sede do PT? Porque só membros deste partido são levados coercitivamente ou são presos? Hoje é a apodrecida conciliação de classes, amanhã se vacilarmos, a criminalização vem pra cima de tudo e todos, ou seja, não estar alinhado a conciliação de classes, não significa se calar com o golpe.
O objetivo de hoje é esconder Temer, o PT não é uma organização canônica, mas uma coisa é a luta política, outra é Estado Policial.  

Everton Souza 

sábado, 5 de março de 2016

O QUE ESTA EM JOGO NA CRISE BRASILEIRA


A Operação Lava Jato demonstrou para o que veio. Aos inocentes que acham que vai combater a corrupção de tudo e de todos, demonstrou ser bastante seletiva. Até agora, inclusive empresários relatam que os interrogatórios todos não vão ao sentido de descobrir “algo”, mas sim “e o Lula”. Aos que acham ótimo empresários presos, não sejam tolos o capital financeiro parte constitutiva do “capital” é hegemônico e nenhum banqueiro esta preso ou ameaçado a ser preso, aliás, quando a crise política se aprofunda a farra da especulação na Bolsa de Valores aumenta e o dólar varia. Isso não significa que os outros capitalistas são heróis, honestos ou as acusações não tenham razões de ser. Porém há uma exército de iludidos, que acreditam que a corrupção começou agora ou se aprofundou, nada mais inocente. Desde que se expandiu no Brasil desde a década de 50 estes setores de empreiteiras e infraestrutura tem relações com governos e recebem dinheiro por fora e pagam políticos por fora, militares quando foram governos enriqueceram e empresários industriais e empreiteiros também.
Esta corrupção é parte da estrutura montada do Estado brasileiro, que inclui políticos profissionais, empresários e podem espernear o quanto quiserem, o Poder Judiciário faz parte desta estrutura.
Este trabalho de esclarecimento é importante junto a base de trabalhadores e ao mesmo tempo muito difícil, visto o poderio da mídia que desconstrói tudo e hoje é instrumento do conservadorismo burguês e parte da burguesia também, algo mutante e hibrido (a mídia empresarial acumula capital, tem ações na bolsa e os donos são empresários com fortes relações políticas, estão sim se credenciando como uma fração burguesa do ramo da “comunicação”), procura desmoralizar posições diferente das quais divulgam.
Estamos sob 13 anos de governos petistas, que em um amplo arco de alianças com setores burgueses e partidos tradicionais da direita promovem o projeto de “conciliação de classes”, onde entre muitas coisas, chulamente, o objetivo é promover a amenização social, onde a acumulação de capital esteja seguramente garantida para a burguesia e em contrapartida para representar constitucionalmente e manter a direção dos trabalhadores oferecem “mínimos sociais” para o resto das classes trabalhador. Mínimos que estão inscritos em receitas econômicas administrativas, que não rompem com a hegemonia do capital financeiro, que visam combater a inflação, gerar empregos sendo a maioria de baixa qualificação e muitos empregos tercerizados e mais precários, mas não esqueçam, são empregos, pois no fim do governo do FHC o desemprego estava altíssimo. Outros mínimos são programas sociais, que o governo procurou ampliar, como o Bolsa Família, que apesar de baixos valores, tem um impacto que não resolve o problema da extrema miséria brasileira, mas cumpre a tarefa de amenização social, em um contexto de desgraças, impacta o cenário social brasileiro. Outros Programas menos famosos comprem a mesma tarefa, tendo dois programas que chegam para setores da classe média como o Minha Casa, Minha Vida e o ProUni. Não são mínimos inscritos na Seguridade Social, pois não visam mudar e impactar estruturalmente a sociedade brasileira.
Dentro destas contradições, chegamos sem rodeios, a 2016. Como sabem a maior liderança histórica do Petismo e das lutas operarias da década de 80, é Lula, alguns até apontam o fenômeno personalista do “lulismo”, o que trouxe, amores, paixões, ódios, rancores e opiniões diversificadas sob sua figura, Inegavelmente há preconceitos de origem de Classe, preconceito regional por ser nordestino e até posições radicalmente ignorantes (burras mesmo) que chamam ele de comunista ou “hiper” aliado do comunismo.
Depois de uma forte disputa eleitoral em 2014 onde velhos ratões da política brasileira disputaram contra o PT com a candidata administrativa Dilma, o PT por pouca margem saiu vitorioso e desde o primeiro dia que o PT venceu não aceitaram o resultado eleitoral. E que fique claro, velhos ratões da América Latina tem feito este mesmo movimento, começaram na Venezuela e ameaçaram na Argentina caso Macri não ganhasse, no caso, ganhou por muito pouco, margem menor que o Brasil inclusive e nem por isso o Peronismo não reconheceu o resultado. Quando falo velhos ratões, não significa alinhamento ao projeto de conciliação de classes, que tem ratões como aliados, mas inegavelmente é mais hibrido e complexo como arco de alianças políticas.
04/03/2016 Lula foi levado de forma coercitiva para dar um depoimento para a Polícia Federal. Desde que o carnaval acabou a mídia empresarial, com destaque para a velha e corrupta Rede Globo, aumentou os níveis de ataques ao governo e em especial a figura de Lula. Trazem a polêmica de um triplex do decadente Guarujá e de um sítio na pequena – burguesa cidade de Atibaia. Mas trazem outros questionamentos sobre a operação lava a jato. Desde o inicio desta operação até o momento a maioria dos acusados são seletivamente escolhidos para ser ou ligados ou próximos ao PT, segundo vários delatores de empresários, perguntam excessivamente para tentarem incriminar Lula. Há um forte comércio de vazamento seletivo de diversos fatos que em tese seriam sigilosos, para a mídia empresarial. A mídia empresarial que sabe quem vaza, não conta e o poder judiciário e polícia federal até agora não arrolou ninguém que vendeu tais informações.
Lula foi levado sem antes não terem convocado para depor, a coerção só pode ocorrer quando o convocado se nega a ir ao depoimento, ele já foi 2 vezes depor em Brasília, sem se negar. Aliás, quem fosse se negar não estaria tranquilamente no seu apartamento na cidade de São Bernardo do Campo. Um dia antes um show midiático foi feito com suposta deleção de Delcídio do Amaral, claramente deixando o clima pesado no Brasil. Com a PF na casa de Lula e depois ele em Congonhas (estranho escolherem um lugar de grande circulação de pessoas), o clima no país se acirrou e um show midiático e judicial foi montado. Porém rapidamente a militância do PT se mobilizou em São Bernardo e pasmem, rapidamente já estavam em Congonhas. Chamaram atos pelo Brasil também em defesa de Lula, contra a perseguição política. O que de alguma forma surpreendeu muita gente, pois mesmo com claro desgaste, os petistas se mobilizaram, dentro dos limites burocráticos que hoje quem conhece a militância petista, sabe que estão, ficou claro que não só petistas se mobilizaram também, houve o que muitos alertavam, violência política e ameaças de descambar para violências mais sérias.
No almoço Lula saiu da PF e foi para o PT e radicalizou no seu discurso, com muito cuidado, mandou recados e procurou mobilizar a militância petista e pasmem não só petistas, todos que mesmo discordando de suas idéias e que não concordem com perseguições políticas. De noite a convocação de ultima hora (todos sabem que para mobilizar para um ato, tem que haver um tempo, porque a questão organizacional não é simples) 5 mil pessoas estavam na quadra dos bancários com Lula claramente mobilizando contra a perseguição política.
Independente do que acham do PT, Dilma e Lula, ficou claro que a operação lava jato tem interesses por trás que só ingênuos (e não são poucos) não percebem que a operação não tem como principal objetivo o combate a corrupção. Pegou muito mal a forma que trataram o depoimento de Lula, ficou como perseguição política, “tipo”, independentes de provas, o que importa é atingir Lula.
Radicalizou os ânimos, outra coisa é que as manifestações anti-Pt e com fortes franjas fascistas que estão com problema de mobilização, pareceu que serviu para tentar ajudar nas mobilizações destes grupos de extrema-direita.
Temos um quadro de crise econômica mundial que afeta o Brasil, um país que se digladia politicamente dentro da política e democracia burguesa. Dilma tem fortes problemas para governar e uma clara forma burocrática de fazer política, e a chamada oposição (outras frações burguesas) são velhos ratões que moralmente e politicamente tem projetos vazios e política questionada por muitos setores da população (apesar da forte manipulação midiática a favor deles). Não sabemos os desdobramentos da Lava Jato, mas ficou claro que em seu conteúdo a perseguição política é parte constitutiva, pelo menos foi com Lula. Como eu disse no começo, todos os governos governaram em um Estado onde esquemas são a forma de gerir a política burguesa. Sendo assim, o questionamento de outros governos anteriores de fato não é ilegítimo. Mas o principal é o seguinte, em um Poder Judiciário que faz parte da forma de gerir o Estado, com esquemas montados para desvios, podem este poder ser neutro? Não pode. Porém, o próprio governo não nega os esquemas da Petrobras, a corrupção que existiu, o que negam é em matéria de direito e quem alguns se beneficiam da corrupção e outros não.
A situação fica clara que é muito complexa, uma operação que não se pode confiar, pois a velha bandeira do combate a corrupção já foi usada para o golpe de Estado em 1964, que depois pasmem, só aumentou tal prática. Outra situação é que o combate e fogo cerrado contra o PT, Lula e Dilma, com forte “forçação” de barra da mídia empresarial é algo há desconfiar e o judiciário ou com vazamentos seletivos ou com delações direcionadas, não são confiáveis.
Onde querem chegar? Muitos apontam ou para um Golpe de Estado, violência política com a prisão de Lula e perseguição de quem for de esquerda e resolver lutar contra outros que governarem. Há o que se preocupar. Outros apostam para o desgaste político ao extremo do PT e Lula, para serem derrotados eleitoralmente, mantendo o sistema burguês sobre outra gerencia, algo que tem sim como forte possibilidade, até porque desestabilização é sempre um risco para as classes dominantes.
Dentro deste quadro a categoria mediação se faz necessária de ser usada. Mediação onde se deve entender que a questão não é defender cegamente o PT, Lula ou Dilma, quem faz isso mente para o povo, pois há sim ataques contra os direitos dos trabalhadores, pois a conciliação de classes esta em crise visto a crise econômica principalmente, e logo ceder tem sido a saída, e como dito no começo do texto, ceder significa atacar a seguridade social e os tais “mínimos sociais”. Porém a questão e o jogo do poder não se resumem mecanicamente ou de forma dogmática, onde o que vale é defender ou não o PT ou o governo, mas sim entender o que esta em jogo e as ameaças do resultado final. Logo, para aqueles que não são iludidos e nem pretendem marchar contra tudo e todos sem força nenhuma para isso, vale tomar muito cuidado, pois aqueles que pedem a cabeça de Lula, não lutam pelo socialismo, e não são poucos destes que pregam o extermínio de quem tenha posições minimamente progressistas e ai dependente do que ocorre, a pior saída possível é uma opção e tem resultados devastadores para trabalhadores e lutadores sociais. Descambar para a violência política contra tudo e todos que ousarem questionar o senso comum midiático são outra questão há se observar e tomar cuidados.
Cair em posições sectárias e com baixa compreensão das ameaças, além de se omitir por pura arrogância é uma opção que é devastadora também.  
Tudo isso não significa em cair nas velhas ilusões, ou abandonar a luta de outro projeto societário, concordo com Anita Prestes, o trabalho é de longo prazo, artesanal e de enraizamento nas massas sem iludir elas com projetos que no final se adaptam com o sistema vigente. Mas para o trabalho de longo prazo, há que ocorrer espaço democrático mínimo para isso, a operação lava jato não se coloca a favor deste trabalho e o que pode estar em jogo é que este trabalho nunca mais ocorra. 



Everton Souza

sábado, 6 de fevereiro de 2016

PMB uma farsa brasileira




Vivemos em uma conjuntura onde o cinismo exacerba. Foi legalizado mais um partido burguês para enganar o povo, o PMB - Partido “da” Mulher Brasileira. Esta legenda de aluguel consegue ofender as mulheres sem se constranger, são machistas, antifeministas, a maioria do partido é de homens e se fosse por este PMB as mulheres tinham que ficar em casa e nem estudar podiam, ou seja, são tudo, menos da “mulher brasileira”.
Os movimentos feministas (e outros) tinham que fazer uma ação séria contra esta legenda picareta e machista, mancha na verdade a luta das mulheres.

Everton Souza

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Velhos dilemas, velhas e novas repressões



A liberdade de expressão na sociedade capitalista é uma falácia, protestos são criminalizados pela velha polícia, que no caso brasileiro é a PM, tropa que perseguiu e matou centenas na Ditadura Militar. Nos meios de comunicações não há liberdade de expressão, ao contrario, há ditadura da opinião única, manipulação. 

No caso o descaramento é cínico, quando setores extremistas a serviço de partidos de direita vão pregar falso nacionalismo na rua, com camisas da CBF, indo na vazia bandeira do "fora dilma", pregando a volta dos militares, da ditadura, e ainda a perseguição de quem pensa diferente deles, ai a PM e o Estado deixa, ai pode obstruir a rua, aliás, até ontem eles eram contra atos públicos. Mais um detalhe, estes setores não são contra retirar diretos dos trabalhadores, não são contra o ajuste fiscal.

A PM é uma polícia política das classes dominantes, o que menos entendem é de segurança pública.

Everton Souza